23 fevereiro, 2007

O meu local de estágio

Eu e a Tatiana (psicóloga) numa visita domiciliária a uma das favelas.



Um dos (longos) caminhos que temos de percorrer a pé, sob sol intenso.


A frente de duas casas... umas têm porta, outras nem isso. Por dentro: inimaginável.




Esta é a Unidade de Saúde do bairro onde esta favela está inserida - o que nós chamamos Centro de Saúde em Portugal.


CRAS - o Centro onde estou a estagiar. É a Inês e a Tatiana e o orelhão azul (cabine telefónica), que é o nosso telefone de serviço. Sim, porque aqui nem um simples telefone têm para trabalhar. Ainda falam do Governo português...
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Hoje foi o dia de estágio mais difícil... Um jovem doente mental, que vive com a irmã, mantido em cativeiro pela própria, fechado a cadeado num quarto sem janela, sítio onde come às escuras e onde faz as próprias necessidades.

Objectivo: tirá-lo de lá e persuadir a irmã a não agir assim, alegando que é crime.
O melhor: a alegria dele ao sair e ouvi-lo "Olha as nuvens e as estrelas" (em plena luz do dia).
O pior: não há local onde o "B" possa ser colocado.

Esta é a realidade... no Mundo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como é interessante o contacto com a realidade alheia!Há uma abertura de novos horizontes e o surgimento de um embaraço pelo interiorização do quanto mesquinhos somos!Isto devido ás imensas horas que se passa a olhar para o umbigo e ainda o descaramento de dizer "ais" quando somos uns privelegiados pela nossa qualidade de vida!Força Susana, que o teu horizonte seja infinito:)